Mais Alimentos para África pode abrir mercado para indústria de máquinas agrícolas

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Agência Brasil

Brasília – Dois meses depois da criação do Programa Mais Alimentos África, o primeiro país a mostrar interesse em aderir ao projeto do governo foi Gana. Delegação chefiada pelo ministro da Alimentação e Agricultura do país, Kwasi Ahowi, reuniu-se ontem (24) com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, para discutir como implementar o projeto.

Com uma linha de crédito de US$ 640 milhões, destinada, principalmente, à aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas por produtores familiares, o Mais Alimentos África promete abrir novos mercados para a indústria nacional.

“É uma oportunidade que se abre para nós, além de incrementar as exportações de produtos nacionais com valor agregado”, afirmou o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Mário Fioretti. Segundo ele, as fábricas brasileiras já exportam para a África, mas, agora, com um programa específico, a ideia é repetir o sucesso que o Mais Alimentos tem no Brasil. “Desde que o programa [Mais Alimentos] foi criado, em 2008, já vendemos 40 mil tratores e 1.700 caminhões”, afirmou.

No Mais Alimentos, o governo federal financia a compra de tratores de baixa potência, de até 75 cavalos, para agricultores familiares, com um longo período para pagar. O programa oferece prazo de carência e baixas taxas de juros. Por meio dessa linha de crédito, os fabricantes vendem os veículos por um preço menor do que o habitual.

Segundo o ministro, o primeiro acordo de cooperação no Continente Africano para a contratação desses recursos deve ser assinado na próxima quinta-feira (27) com o ministro de Gana. “O Brasil está passando seu conhecimento em cooperações técnicas e, por meio do Mais Alimentos, abrindo um mercado que pode ser muito promissor”, afirmou.

Florence disse que o maior interesse por parte dos ganenses é a aquisição de equipamentos de irrigação e tratores desenvolvidos para agricultores familiares. O repasse dos recursos se dará de governo para governo, com critérios semelhantes aos que são colocados para os produtores brasileiros, como taxas de juros mais baixas e prazo de carência para pagamento.

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