Manufaturados têm participação marginal de 2,31% nas exportações do Brasil para a China

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Da Redação

Brasília –  A China encerrou o primeiro trimestre do ano como principal parceiro comercial do Brasil tanto nas exportações quanto nas importações mas um fato chama a atenção quando se analisa os dados da balança comercial entre os dois países: a baixíssima participação dos produtos manufaturados, de maior valor agregado, na pauta exportadora brasileira para o país asiático.

Além de pequena, essa participação vem decrescendo e entre os meses de janeiro a março atingiu um percentual de apenas 2,31%, equivalentes a  US$ 312 milhões de um total de US$ 15,523 bilhões embarcados para aquele mercado.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, a China foi o destino final de 25,7% das exportações totais do Brasil no primeiro trimestre deste ano. Para se ter uma ideia da relevância desse número, basta lembrar que  os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do Brasil absorveu apenas 12,7% das exportações brasileiras, no total de US$ 6,667 bilhões.

Outro dado interessante: apesar da forte concentração nos produtos primários, as vendas para a Chila começaram este ano com um crescimento robusto de 13,56%, ao passo em que as exportações para o mercado americano tiveram um aumento de apenas 4,5%.

No que  diz respeito às importações, a China respondeu por 24,3% das compras brasileiras, graças a uma alta consistente de 31,6% e as vendas para o Brasil geraram uma receita no valor de US$ 10,228 bilhões. Nos três primeiros meses do ano, a balança comercial com os chineses proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 3,297 bilhões. Em relação aos Estados Unidos, o  saldo brasileiro foi de apenas US$ 143 milhões.

O fato  de a participação dos produtos básicos estar próxima, pela primeira vez na história do comércio sino-brasileiro, do percentual de 90% (mais precisamente 87,8%) é motivo de grande preocupação para o governo e para o setor produtivo brasileiros. De janeiro a março, a venda desses produtos aos chineses registrou uma alta de 17,2%, o que contribuiu para aumentar ainda mais a participação das chamadas commodities nas exportações para o país asiático.

E enquanto cresceu de forma consistente a venda de commodities, a exportação de bens industrializados desabou 35,0%, com uma participação pífia de apenas 2,31% (US$ 312 milhões) no total embarcado para a China. No meio entre os produtos básicos e industrializados, os bens semimanufaturados ensaiaram uma tímida reação e cresceram 3,3% no período, alcançando a cifra de  US$ 1,340 bilhão.

Em relação aos produtos, a soja em grãos segue imbatível na liderança da pauta exportadora para a China, com uma participação de 35% e graças a um aumento de 17,7% gerou receita no valor de US$ 4,35 bilhões. Também em alta, da ordem de 26,3%, o petróleo foi o segundo  principal produto vendido pelo Brasil aos chineses e com uma receita de US$ 3,53 bilhões respondeu por 26% do total embarcado. Na sequência, os minérios de ferro, com exportações no valor de US$ 2,39 bilhões, tiveram uma participação de 18% no total exportado para a China. Entre os cinco principais produtos negociados com os chineses aparecem ainda a celulose (US$ 857 milhões e participação de 6,3%) e a carne bovina (com receita de US$ 340 milhões e uma fatia de 2,5% do total negociado com o país asiático).

No sentido diametralmente oposto, as exportações chinesas praticamente se concentraram nos bens manufaturados, com uma participação de 98,0% no total vendido para o Brasil. No período, os embarques desse tipo de produtos registraram uma alta de 31,9% comparativamente com igual período do ano passado e totalizaram US$ 10,03 bilhões.

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