Marcos Montes se reuniu com o diretor-geral de IICA, Manuel Otero

Compartilhe:

Brasília – As expectativas da indústria nacional que estará em Miami (EUA) entre 27 e 29 de julho para expor na edição de 2022 da Florida International Medical Equipment Trade (FIME) são altas. O pavilhão brasileiro promovido pelo Brazilian Health Devices (BHD), projeto setorial da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), volta presencialmente ao evento após a pausa em decorrência da Covid-19 e à participação virtual em 2020. O principal objetivo é retomar os contatos comerciais, especialmente com países do continente americano.

Apontada como a principal feira médico-hospitalar das Américas, a FIME é palco de negociações relevantes para as fabricantes brasileiras associadas ao BHD há 18 edições. O espaço é oportuno, visto que os Estados Unidos são os principais compradores dos dispositivos médicos fabricados no Brasil, tendo importado US$ 207,16 milhões em produtos nacionais ao longo de 2021.

“No ano passado, somente as empresas do BHD comercializaram mais de US$ 2,7 milhões em dispositivos médicos com compradores norte-americanos, número 14,6% maior do que o registrado em 2020. Esse é um bom indício para elevar as nossas expectativas quanto à FIME. Teremos a oportunidade de reencontrar parceiros de longa data em um bom momento para a nossa indústria, que vem assinalando crescimento contínuo ao longo deste primeiro semestre”, comenta Larissa Gomes, gerente de projetos e marketing internacional da ABIMO.

Estreando no evento, a Indusbello – que tem como carro-chefe de seu portfólio estojos em resina termoplástica de alta performance – busca construir relações comerciais com os Estados Unidos e o Canadá, além de países da América Latina. Aproveitará, também, para observar as inovações globais. “Teremos a oportunidade de ver as tendências do mercado e de buscar melhorias para nossas linhas”, comenta Luciano Marques.

Paralelamente, a Biomecânica – que tem forte atuação em países como Chile, Colômbia, Peru, República Dominicana, Panamá, Equador e Honduras – vai para a FIME já com o conhecimento de ter participado de outras edições. Segundo Letícia Furlani Besse, a marca aproveitou a pausa forçada pela covid-19 para se estruturar internamente. “Preparamos o lançamento de novos produtos e a ampliação de nosso portfólio. Além disso, investimos em certificações internacionais e pesquisas clínicas para ampliar nossa entrada em países como os Estados Unidos”, diz.

Além da abertura de novos mercados (principalmente com EUA e América Latina), Letícia entende que estar presente em uma das feiras de saúde mais relevantes do mundo traz muitas outras vantagens. “Esses eventos possibilitam desenvolver relacionamentos, identificar tendências, ampliar e diferenciar a cadeia de compras, entender o que o mercado precisa e, assim, direcionar nossos esforços e estratégias de atuação”, comenta.

Também experiente no evento – já que participa da feira desde 2014 – a Magnamed busca apresentar todo seu portfólio de produtos. “Enquanto empresa especializada em ventilação pulmonar queremos mostrar nossas inovações na área de critical care e nossos equipamentos que facilitam a rotina completa das UTIs”, relata Evandro Roque. O especialista reforça que a marca está em busca de contatos comerciais nos Estados Unidos, México, América Central e América do Sul.

 

Detalhes sobre o mercado

Entre os segmentos de saúde, o médico-hospitalar é o que soma o maior valor exportado aos Estados Unidos em 2021: US$ 155,9 milhões. Na lista de produtos que seguem para território americano com maior frequência estão pensos adesivos, agulhas para sutura, válvulas cardíacas e sacos e bolsas de polímeros de etileno.

 

Como é a atuação das empresas após feiras internacionais?

As marcas associadas ao BHD podem participar das mais completas feiras de saúde do mundo. Porém, como elas concretizam as oportunidades geradas nos eventos ao retornarem para o Brasil?

Na visão de Letícia, o segredo está no desenvolvimento de parcerias. “É essencial mantermos o relacionamento e buscarmos entender o mercado e as melhores estratégias de atuação em cada cenário”, comenta.

De acordo com Marques, são inúmeras as atividades que devem ser iniciadas logo após o retorno. “Apresentamos os projetos e investimos em contatos constantes, mantendo sempre um atendimento muito próximo e de acordo com as exigências e necessidades de cada cliente”, comenta ele que reforça, também, que o feedback desses parceiros é muito importante para que a marca possa investir em melhoria contínua.

 

Expectativas realistas

A comitiva brasileira segue para território norte-americano com 34 empresas associadas ao BHD, todas cientes da importância deste momento de retorno à FIME. A última participação presencial do pavilhão nacional foi em 2019 e, na ocasião, as marcas presentes superaram em 37% os resultados do ano anterior.

Assim como o evento está se recuperando dos impactos da covid-19, as fabricantes brasileiras também estão em momento de desenvolvimento tanto interno quanto externo. É o que enfatiza Letícia. “O Brasil tem grande capacidade produtiva e de inovação. Ao longo dos anos, as empresas brasileiras vêm enfrentando desafios, porém conquistando seu espaço. Hoje, apesar desses entraves, somos reconhecidos também pela capacidade de fazer bons negócios”, diz.

Essa boa capacidade foi ainda mais enfatizada durante os dois últimos anos pandêmicos. “Estamos avançando. A Magnamed, por exemplo, entrou no Projeto Respir@ Brasil em 2020 e entregou mais de 7 mil ventiladores em tempo recorde”, comenta Roque.

Para Marques, a percepção global quanto as marcas brasileiras também está mudando. “Somos cada vez mais reconhecidos pelos nossos produtos de qualidade e por apresentarmos tecnologias que antes estavam restritas a países como Alemanha e Suíça”, finaliza.

A FIME 2022 reunirá fabricantes, fornecedores de dispositivos médicos, revendedores, distribuidores e profissionais da cadeia produtiva dos Estados Unidos, América Central, América do Sul e Caribe. O Brasil terá seu pavilhão próprio, organizado pelo BHD, e muitas outras nações também estarão com suas fabricantes no local. Além da área de exposições, o evento também promove uma vasta grade de palestras.

(*)  Com informações da ApexBrasil e da Abimo

Tags: