“O Brasil não tem a menor condição de negociar um acordo de livre comércio com os EUA”, diz AEB

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Da Redação

Brasília – O Brasil deve evitar a negociação de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos e o motivo é simples: o  país não tem preço competitivo para aproveitar a abertura do mercado americano para os seus produtos e, em contrapartida, as empresas americanas explorariam ao máximo as possibilidades de negócios que o tratado abriria as multinacionais americanas no mercado brasileiro. A opinião é do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

Após destacar que considera muito difícil o Brasil fazer um acordo de livre comércio com os Estados Unidos “porque o Brasil tem um custo muito elevado” (o chamado “Custo Brasil”,) o executivo da AEB destaca que “qualquer acordo envolvendo o Brasil com os Estados Unidos fará com que o nosso país abra o seu mercado e que os Estados Unidos façam o mesmo. Mas a diferença é que os Estados Unidos vão aproveitar a abertura do mercado brasileiro, enquanto o Brasil não poderá fazer o mesmo por falta absoluta de preço competitivo”.

Antes de cogitar a negociação de um acordo comercial com a maior potência econômica do planeta, o governo brasileiro terá que aprovar as reformas tributária e administrativa, que há muito se fazem necessárias, e com isso reduzir o “Custo Brasil”. 

Além disso, reforça José Augusto de Castro, “é preciso investir pesado para melhorar a precária infraestrutura brasileira, o que também contribuirá para reduzir os custos. Em terceiro lugar, é indispensável colocar financiamento à disposição das empresas exportadoras, porque para a exportação de produtos manufaturados é necessário contar com financiamentos”.

Para o presidente da AEB, só depois de implementar essas e outras mudanças, o Brasil poderá, efetivamente, aumentar a exportação de produtos de maior valor agregado par o maior mercado importador do mundo, “onde todos os países do mundo querem estar presentes, inclusive o Brasil”.

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