Larissa Anselmo (*)
De um lado, a oportunidade de acessar uma maior variedade de produtos, com tecnologia de ponta e preços atrativos que podem ser convertidos em uma maior lucratividade para a empresa. Do outro, uma legislação tributária complexa para quem não é da área, barreiras culturais e muitos desafios logísticos. No fim das contas, o saldo é mais do que positivo para as empresas brasileiras que decidem encarar a importação como um processo para crescer e lucrar cada vez mais.
Em 2022, o Brasil registrou a abertura de quase 4 milhões de empresas, de acordo com dados Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). As estimativas do mercado apontam que, destas, menos de 1% são importadoras. Entre os motivos para um índice tão baixo, estão a falta de conhecimento do mercado, o receio de trabalhar com a variação cambial e a dificuldade para traduzir a legislação específica do setor.
Apesar dos desafios, a importação proporciona uma série de vantagens para empresas de diferentes portes e dos mais distintos setores. Um dos benefícios mais atrativos é, de fato, a redução de custos dos produtos. As empresas importadoras conseguem negociar diretamente com grandes players e fornecedores do mercado mundial, sem passar pelas distribuidoras ou fornecedores locais.
Isso pode refletir em uma maior lucratividade no fim do ciclo de vendas. Com custos menores para adquirir mercadorias, as empresas importadoras conseguem oferecer preços melhores aos consumidores nacionais, o que gera mais vendas e uma posição de destaque no mercado em relação aos concorrentes.
Outro importante benefício é a possibilidade de a empresa importadora ter acesso a algum tipo de redução da carga tributária. Ao comprar produtos no comércio internacional e importá-los para o Brasil, é possível contar com alguns benefícios fiscais significativos, como a redução na cadeia do IPI e também de ICMS. Assim, mesmo com todos os encargos tributários, pode ser muito vantajoso importar de alguns mercados específicos.
Ao contrário do que muitos pensam, a importação não traz vantagens apenas para a empresa importadora. Em muitos casos, o próprio país destino das importações pode, sim, ser diretamente beneficiado. A importação ajuda a melhorar o custo interno, quando se traz insumos que podem potencializar a capacidade interna, por exemplo.
Pode-se, ainda, importar matéria-prima para potencializar a indústria nacional quando não se tem no país de origem itens que apresentam a mesma performance ou com a mesma tecnologia dos importados. A importação também pode funcionar como uma importante alternativa quando enfrentamos uma capacidade limitada nacional de fornecimento ao se falar de insumos.
Claro, todo o processo de importação exige muito preparo, planejamento, cautela e o suporte de equipes profissionais especializadas para oferecer toda a consultoria e garantir a segurança e a eficiência do processo. Um parceiro com experiência e expertise na área é uma necessidade estratégica para quem está dando os primeiros passos no mundo da importação e para aqueles que querem chegar ainda mais longe. O mundo é o limite.
(*) Larissa Anselmo, CEO da Upsell Comex
