Peru avança e se transforma num dos maiores exportadores de frutas frescas e hortaliças da AL

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Da Redação

Brasília – Em 2012, o Peru exportou mais de US$ 1,3 bilhão de dólares em frutas frescas e hortaliças e este ano deverá manter esse volume de vendas ao exterior e, até mesmo, obter um ligeira aumento das vendas externas. Para se ter uma ideia do que a cifra representa, basta lembrar que, apesar de ser o terceiro maior produtor de frutas do mundo, em 2012 as exportações brasileiras de frutas frescas somaram pouco mais de US$ 660 milhões.

Com forte e crescente presença no mercado internacional de frutas frescas, o Peru vem se consolidando como fornecedor de um número expressivo de frutas de excelente qualidade. E as perspectivas para o comércio exterior tornaram-se ainda mais animadoras a partir do último dia 1 de março, quando entrou em vigor o Acordo de Livre Comércio Peru-União Europeia.

A expectativa é de que o Acordo contribuirá para que as frutas peruanas ingressem no sofisticado e exigente mercado europeu em condições tarifárias bem mais atraentes que aquelas registradas antes da vigência do tratado. Após a entrada em vigor do Acordo, passou a existir um marco jurídico favorável ao desenvolvimento de novos negócios e inclusive à realização de investimentos conjuntos na formação de joint-ventures.

Os países da União Europeia são o principal mercado para as frutas peruanas no exterior, ao passo em que a demanda asiática vem crescendo de forma expressiva. Em 2012, 45% de toda a exportação peruana teve como destino os países europeus, Em segundo lugar vieram os Estados Unidos (36%), Ásia e América do Sul.

As uvas ocupam lugar de destaque na pauta exportadora peruana de frutas e ano passado as vendas somaram US$ 334 milhões, com um crescimento expressivo comparativamente ao ano anterior. Também se nota um crescente interesse dos importadores por produtos como os cítricos, mangas e novos produtos como os abacates (variedade Hass), romãs e mirtilos.

Participação na Fruit Logística de Berlim

 

Segundo a diretora-executiva da Associação dos Grêmios Produtores Agrários do Peru (AGAP), Ana Maria Deustua, os produtores peruanos de feira tem aproveitado a participação nas grandes feiras internacionais para fidelizar clientes antigos e aumentar o número de novas empresas interessadas na importação das diversas frutas produzidas e exportadas pelo país andino.

Foi o que aconteceu, por exemplo, na Fruit Logística de Berlim, no início defFevereiro passado. Segundo Ana Maria Deustua, “a participação peruana na feira de Berlim foi excelente. O pavilhão peruano, com mais de 500 m2, despertou grande interesse. Lá estavam mais de 280 empresários, segundo avaliação da Promperu. Na condição de convidado de honra, o Peru teve uma presença importante na feira. Para o governo peruano, a participação na mostra não poderia deixar de ser encarada de forma relevante e prova disso é que lá estiveram os ministros peruanos da Agricultura, Comércio Exterior e Turismo, que acompanhados pela ministra da Agricultura da Alemanha participaram da solenidade de abertura da feira, realizada no próprio pavilhão peruano”.

A diretora da AGAP destaca que “essa feira é uma ocasião única para se reencontrar clientes internacionais provenientes não apenas da Europa mas de outros continentes e por isso muitos dos  nossos agroexportadores se encontraram com contrapartes já conhecidas e também com novos clientes em potencial. A participação no evento permitiu a muitas de nossas empresas fechar vários negócios para as próximas safras do ano. As uvas, por exemplo, estão no auge e são agora o produto com maior demanda e praticamente superou o aspargo fresco, que é nosso primeiro produto de exportação no setor. A China é o maior produtor mundial de aspargo e o Peru tornou-se o principal exportador, superando o Chile, líder tradicional nas vendas externas do produto nos últimos 20 anos”.

Desafios logísticos

 

Ana Maria Deustua falou também sobre os aumentos nos custos logísticos que incidem sobre as exportações peruanas de frutas e salientou que “mais que a montantes, gostaria de me referir ao aumento dos custos, que, sabemos, é uma tendência mundial. Com os aumentos nos preços do petróleo e da energia, os fretes marítimos aumentaram fortemente e isso, obviamente, se repercute no encarecimento do processo logístico”.

Apesar disso, a diretora-executiva da AGAP ressaltou que “já estamos trabalhando em algumas iniciativas, como fretes comuns, ampliar a frequência e capacidade dos navios, seguindo um exaustivo cronograma montado em função dos picos de produção e demanda. Esses fatores devem ser manejados como uma política dentro do circuito de exportação de nossos produtos. Consideramos extremamente positiva a participação da AGAP nesse tipo de eventos internacionais e deles seguiremos participando durante o ano de 2013 para não apenas divulgar uma imagem do país mas também para aproveitar vitrines comerciais e nelas exibir nossos excelentes produtos em nível mundial”.

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