Queda nos preços do petróleo e milho reduz exportações aos árabes para US$ 11,5 bi em 2016

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São Paulo – As exportações do Brasil aos países árabes em 2016 somaram US$ 11,47 bilhões, um recuo de 5,34% em relação a 2015. Volume embarcado foi de 35,91 milhões de toneladas, uma queda de 18,69% na mesma comparação. Os números são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), organizados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.

“Houve queda no preço do petróleo, queda da safra de milho, uma baixa significativa do preço do frango e o preço da carne [bovina] ficou estável. Em 2016, houve a volta das exportações de carne para a Arábia saudita, porém, eles já tinham encontrado vários fornecedores [alternativos]”, explicou Michel Alaby, diretor-geral da Câmara Árabe, sobre os principais fatores que influenciaram a queda.

Alaby destaca, no entanto, que também houve pontos positivos no comércio entre o Brasil e os países árabes no último ano, como as vendas de US$ 8,627 bilhões em alimentos e cereais para a região, o que representou 12,4% do valor exportado pelo Brasil ao mundo. Em 2015, essa participação foi de 12%.

O executivo apontou que nações árabes como as Ilhas Comores e o Iêmen, que tinham pouca participação nas vendas externas do Brasil, aumentaram suas importações de produtos daqui. As exportações para as Ilhas Comores, na África, por exemplo, subiram 37,38% em volume e 119,97% em receita. Para o Iêmen, o aumento foi de 63,51% em volume e 79,15% em receita.

“Um fator positivo foi o aumento do preço do açúcar. Comores e Iêmen cresceram em suas importações por causa do açúcar”, disse. As importações do Djibuti, outro país árabe da África, “cresceram consideravelmente”, indicou Alaby. O volume de vendas do Brasil para lá aumentou mais de 1000% no último ano, enquanto as receitas cresceram 531%. O Iraque também comprou mais do Brasil ano passado, principalmente carne bovina e açúcar.

Importações

As importações de produtos árabes pelo Brasil ficaram em 15,9 milhões de toneladas em 2016, uma queda de 1,1% em volume. Em receita, as compras externas somaram US$ 5,24 bilhões, um recuo de 35,21% sobre 2015.

Os combustíveis tiveram a maior redução nas compras brasileiras, com queda de 12,2% em quantidade e 35,21% em dólares.

A compra de adubos, no entanto, que figura em segundo lugar na lista de produtos que o Brasil mais importa dos árabes, cresceu. Em 2016, o Brasil importou 4,95 milhões de toneladas de fertilizantes (+37,43%), com receita de US$ 1,31 bilhão (+6%).

No geral, o ano de 2016 fechou com um saldo comercial favorável ao Brasil de US$6,234 bilhões, 25% a mais que em 2015.

Para 2017, Alaby tem expectativas positivas. O diretor-geral da Câmara Árabe espera que fatores como a recuperação do preço do petróleo, a necessidade de o Brasil expandir seus mercados externos e de os árabes recomporem seus estoques de alimentos torne 2017 “um ano mais promissor de comércio com os países árabes”.

“Podemos ter uma melhoria substancial a partir de março, com a entrada das safras. As estimativas indicam que os preços das commodities continuarão estáveis, com uma tendência de crescimento, ao contrário do ano passado”, completou.

(*) Com informações da ANBA

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