São Paulo – Os couros são exóticos para os brasileiros. São de cobra, camelo e carneiro e são produzidos na Síria. Nas mãos da família de Fitoon Assi, eles são transformados em bolsas, carteiras e sapatos e depois comercializados no mercado brasileiro. Fitoon importa as peças produzidas por seus familiares na Síria e faz das suas vendas a maneira de se manter no Brasil.
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A empreendedora vive na capital paulista como refugiada há três anos e criou a marca Jasmin de Damascos para levar adiante seu negócio. Ela chegou a ter uma loja na rua Brigadeiro Luiz Antônio, na região da Bela Vista, perto da avenida Paulista, por dois anos. O estabelecimento, no entanto, foi fechado em função dos altos preços do aluguel.
Hoje os artefatos sírios são vendidos em feiras de organizações não governamentais que apoiam refugiados, principalmente do Instituto de Reintegração do Refugiado (Adus). O próximo evento do Adus do qual ela vai participar será o Festival Árabe Janela do Oriente, em 29 e 30 de abril, no Armazém da Cidade, na Vila Madalena, em São Paulo.
Fitoon se tornou empreendedora no Brasil. Na Síria, trabalhava como técnica de laboratórios de saúde. Nascida em Damasco e com curso universitário em Laboratório, antes de se mudar do seu país ela morava em Ghouta Al-Sharqiya, um distrito da capital. A guerra, porém, tornou a vida muito insegura e ela se refugiou primeiramente em Beirute, no Líbano.
No país vizinho, Fitoon chegou a trabalhar como técnica em laboratório. “Mas o salário era muito baixo, não tinha escola para minhas filhas e trabalho para meu marido”, conta, em um português ainda em aprendizado. Ela ficou no Líbano por cinco meses e se mudou, então, para o Brasil com as duas filhas e com o marido. As meninas têm 9 e 11 anos.
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novo papel de mulher de negócios. Ela conta que, além dos couros de cobra, camelo e carneiro das bolsas, também é usado como matéria-prima das bolsas o tecido Damasquinho, tradicional na Síria.
A Jasmin de Damascos comercializa ainda outros produtos como toalhas e capas de almofadas. Tudo é feito de forma semi manual na Síria. Uma parte do trabalho é realizado por máquinas e outra é feita à mão pelos familiares sírios de Fitoon.O marido dela também trabalha, mas comercializa roupas brasileiras em uma feira, para compor a renda da família.
Participando da balança comercial do Brasil com os árabes por meio da importação das bolsas, Fitoon comemora principalmente a possibilidade de as suas filhas estarem em uma escola no Brasil. Elas estudam em um colégio islâmico da capital paulista. A família é muçulmana.
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Jasmin de Damascos
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(*) Com informações da ANBA