Retração de 9,35 na corrente de comércio no primeiro bimestre do ano acende luz amarela no comércio do Brasil com a China

Compartilhe:

Da Redação

Brasília – Após atingir em 2022 a cifra recorde de US$ 150,172 bilhões, a corrente de comércio (exportação+importação) entre o Brasil e a China registrou no primeiro bimestre deste ano uma queda de 9,3%, comparativamente com o mesmo período do ano passado e acendeu-se uma luz amarela indicando a possibilidade de uma ligeira desaceleração no intercâmbio do Brasil com seu principal parceiro comercial em 2023.

Nos meses de janeiro e fevereiro, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicam uma retração de 4,9% nas exportações brasileiras, que totalizaram US$ 10,157 bilhões. Do lado chinês, a contração foi ainda maior: 14,1% para US$ 8,300 bilhões. Com isso, a soma das trocas comerciais entre os dois países totalizou US$ 18,457 bilhões no período, com uma redução de 9,3%. O balança comercial sino-brasileira proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 1,858 bilhão.

Os números do MDIC também mostram uma significativa queda na participação da China tanto nas exportações quanto nas importações realizadas pelas empresas brasileiras. Depois de ter atingido nos anos de 2020 e 2021 um percentual superior a 30%, as exportações brasileiras declinaram para 26,8% no ano passado e no primeiro bimestre deste ano recuaram um pouco mais, para 23,4%.

No tocante às importações, a queda foi menos acentuada. As compras de produtos chineses, no valor de US$ 60,744 bilhões em 2022, correspondentes a 22,3% das importações totais brasileiras,  recuaram para uma participação de 21,7%.

O petróleo em bruto segue liderando a pauta exportadora brasileira para a China, com embarques no valor de US$ 1,71 bilhão, alta de expressivos 76,1% em comparação com idêntico período de 2022 e equivalentes a 33% do total embarcado para o país asiático. Os minérios de ferro, com uma retração de 11%, renderam US$ 994 milhões, correspondendo a 19% das vendas totais. Com alta de 47% e receita de US$ 447 milhões, a carne bovina respondeu por 9,4% dos embarques.

Outros dois destaques nas exportações foram a soja, que nos últimos anos tradicionalmente sempre apareceu como o carro-chefe das exportações para a China, e que no bimestre teve uma forte queda de 69% para US$ 308 milhões (5,9% das vendas totais aos chineses), e celulose, com receita de US$ 279 milhões (alta de 5,22% e participação de 5,4% nas exportações totais).

Do lado chinês, o destaque ficou por conta da queda nos embarques dos cinco principais produtos embarcados para o Brasil. O principal desses itens, válvulas e tubos termiônicas, tiveram um recuo de 10%  para US$ 482 milhões (participação de 10%). Por outro lado, as vendas de equipamentos de telecomunicações caíram 16% para US$ 317 milhões.

Quedas igualmente relevantes foram registradas em compostos organo-inorgânicos, que recuaram 34% para US$ 255 milhões, em demais produtos da indústria de transformação (contração de 13% para US$ 222 milhões) e máquinas e aparelhos elétricos, com uma ligeira queda de 3,65% e receita de US$ 139 milhões.

 

Tags: