Tradings companies exportam US$ 5,2 bilhões e geram superávit de US$ 4,2 bilhões no trimestre

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 Da Redação (*)

Brasília – As trading companies geraram nos três primeiros meses de 2013 um saldo de US$ 4,220 bilhões para a balança comercial brasileira. O superávit resulta de exportações de US$ 5,202 bilhões e importações no montante de US$ 986 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Historicamente, a balança comercial dessas companhias apresenta superávits expressivos. Em decorrência do ritmo ascendente das transações com o exterior, a corrente de comércio das tradings ampliou-se de US$ 3,632 bilhões em 2007 para US$ 6,191 bilhões em 2013, no trimestre comparativo, equivalendo a uma expansão de  70,5% entre os extremos do período.

Segundo a Balança Comercial Brasileira ade Trading Companies, divulgada pelo MDIC, ao longo dos últimos seis anos, no primeiro trimestre de cada ano, as exportações brasileiras via trading companies (TCs) registraram taxas que oscilaram entre crescimento e queda, a saber: crescimentos apontados em 2008, 2009 e 2011, e quedas nos demais anos.

As TCs incrementaram suas vendas externas em 72,0%, subindo de US$ 3.027 milhões em 2007 para US$ 5.205 milhões em 2013. No mesmo intervalo, as exportações brasileiras globais aumentaram 49,5%, implicando ganho de participação das TCs no total das vendas, de 8,9% para 10,2%, e revelando sua importância como instrumento de negociações de produtos brasileiros no exterior.

No tocante às importações realizadas entre os anos de 2007 e 2013, no primeiro trimestre de cada ano, as compras externas das TCs também oscilaram: aumentos nos anos 2008, 2010 e 2011, e declínio nos demais. Nota-se, contudo, que o patamar das compras via TCs está situado significativamente abaixo do nível das suas exportações.

Na comparação 2013/2007, as importações das TCs cresceram 63,0%, saltando de US$ 605 milhões para US$ 986 milhões, embora sua participação no total importado pelo Brasil tenha apresentado queda (de 2,4% para 1,8%) nos dois extremos do período comparativo.

Exportações por produtos

No primeiro trimestre de 2013, as exportações das TCs apresentaram em sua pauta a predominância de produtos básicos, os quais responderam por 83,8% do valor exportado por essa categoria de empresas. No conjunto dos industrializados, os bens manufaturados representaram 10,6% da pauta e os semimanufaturados, 5,6%.

A pauta de produtos básicos registrou como principais itens: minério de ferro (US$ 3.155,6 milhões, participação de 60,6% do total exportado), soja em grão (US$ 470,8 milhões, 9,0%), milho em grão (US$ 376,9 milhões, 7,2%), farelo de soja (US$ 159,0 milhões, 3,1%), carne de frango (US$ 113,3 milhões, 2,2%), café em grão (US$ 20,0 milhões, 0,4%) e carne suína (US$ 13,0 milhões, 0,3%).

Entre os produtos industrializados, assinalam-se as vendas de: açúcar em bruto (US$ 235,1 milhões, 4,5%), suco de laranja congelado (US$ 204,7 milhões, 3,9%), açúcar refinado (US$ 58,8 milhões, 1,1%), café solúvel (US$ 49,1 milhões, 0,9%), suco de laranja não congelado (US$ 47,2 milhões, 0,9%), etanol (US$ 21,4 milhões, 0,4%), ouro semimanufaturado (US$ 21,3 milhões, 0,4%), óleos essenciais e seus subprodutos (US$ 18,8 milhões, 0,4%), calçados (US$ 18,0 milhões, 0,4%) e ferro fundido bruto e ferro “spiegel” (US$ 15,1 milhões, 0,3%).

Dos principais produtos exportados pelas TCs, os aumentos mais expressivos ocorreram nas vendas de produtos laminados de ferro/aço (+4.165,7%, para US$ 10,2 milhões), milho em grão (+395,7%, para US$ 376,9 milhões), ferro fundido bruto e ferro “spiegel” (+312,6%, para US$ 15,1 milhões), trigo em grão (+237,6%, para US$ 10,6 milhões), óleo de soja refinado (+57,3%, para US$ 5,8 milhões), suco de laranja congelado (+53,8%, para US$ 204,7 milhões), silício (+50,2%, para US$ 5,3 milhões), matérias, desperdícios e resíduos vegetais para alimentação animal (+18,2%, para US$ 11,5 milhões), construções e suas partes, de ferro fundido, ferro/aço (+16,7%, para

US$ 6,0 milhões), minério de ferro (+8,3%, para US$ 3.155,6 milhões), farelo de soja (+6,0%, para US$ 159,0 milhões) e café solúvel (+6,0%, para US$ 49,1 milhões).

Desse rol de produtos, a participação das TCs no total exportado pelo país foi especialmente expressiva nas vendas de suco de laranja congelado (66,3%), minério de ferro (45,8%), café solúvel (30,1%), soja em grão (19,4%), milho em grão (18,2%), farelo de soja (15,9%), suco de laranja não congelado (14,2%), açúcar em bruto (11,3%), açúcar refinado (7,3%), carne de frango congelada (6,7%), calçados (6,4%), etanol (5,1%), carne suína (4,5%), trigo em grão (3,5%), algodão em bruto (3,2%) e ouro semimanufaturado (3,1%).

Mercados de destino

As exportações das TCs registraram a China como principal destino no período janeiro-março de 2013, para a qual as vendas somaram US$ 1.904,6 milhões, representando 36,6% do total exportado. Na sequência, apareceram: Coreia do Sul (US$ 326,9 milhões, 6,3%), Japão (US$ 319,2 milhões, participação de 6,1%), Países Baixos (US$ 297,1 milhões, 5,7%), Bélgica (US$ 199,0 milhões, 3,8%), Alemanha (US$ 186,0 milhões, 3,6%), Omã (US$ 173,4 milhões, 3,3%), Itália (US$ 159,6 milhões, 3,1%), Taiwan (Formosa) (US$ 152,6 milhões, 2,9%), França (US$ 147,3 milhões, 2,8%), Estados Unidos (US$ 109,2 milhões, 2,1%), Reino Unido (US$ 106,2 milhões, 2,0%),

Espanha (US$ 90,9 milhões, 1,8%), Rússia (US$ 84,2 milhões, 1,6%), Argentina (US$ 73,7 milhões, 1,4%), Trinidad e Tobago (US$ 66,9 milhões, 1,3%), Arábia Saudita (US$ 61,9 milhões, 1,2%), Líbia (US$ 54,4 milhões, 1,0%), Irã (US$ 46,8 milhões, 0,9%), dentre outros.

Unidades da Federação

O estado do Pará liderou as exportações por intermédio das TCs no acumulado janeiro-março de 2013, totalizando US$ 2.128,1 milhões, o que representou 40,9% do total exportado. Em seguida, destacam-se: Espírito Santo (vendas de US$ 579,0 milhões, participação de 11,1%), Minas Gerais (US$ 540,6 milhões, 10,4%), São Paulo (US$ 449,1 milhões, 8,6%), Mato Grosso (US$ 420,7 milhões, 8,1%), Paraná (US$ 353,7 milhões, 6,8%), Alagoas (US$ 243,7 milhões, 4,7%), Goiás (US$ 226,5 milhões, 4,4%), Rio Grande do Sul (US$ 60,1 milhões, 1,2%), Mato Grosso do Sul (US$ 59,2 milhões, 1,1%) e Santa Catarina (US$ 53,4 milhões, 1,0%).

Portos de embarque

O escoamento das exportações das TCs deu-se preponderantemente pelos portos de São Luís e Vitória, os quais responderam, respectivamente, por 40,9% e 22,4% do valor exportado de janeiro a março de 2013, representando, em conjunto, o montante de US$ 3.291,5 milhões, nos quais o principal produto foi minério de ferro. O terceiro principal porto de embarque das exportações das TCs foi o de Santos (US$ 941,2 milhões, participação de 18,1%), seguido pelos portos de Paranaguá (US$ 258,3 milhões, 5,0%), Maceió (US$ 246,7 milhões, 4,7%), São Francisco do Sul (US$ 203,2 milhões, 3,9%), Itajaí (US$ 59,3 milhões, 1,1%), Rio de Janeiro (US$ 40,6 milhões, 0,8%), Rio

Grande (US$ 37,6 milhões, 0,7%), São Paulo/Aeroporto (US$ 36,2 milhões, 0,7%) e Recife (US$ 36,1 milhões, 0,7%). Os demais portos, aeroportos e pontos de fronteira representaram 1,0% das exportações via TCs no período.

Importações/Produtos

As importações brasileiras efetuadas pelas TCs, diferentemente do registrado com as exportações, caracterizam-se por uma pauta composta em sua maioria por bens industrializados, notadamente produtos manufaturados. Do total das compras realizadas no primeiro trimestre de 2013, os bens industrializados representaram 98,9% (94,4% de manufaturados e 4,5% de semimanufaturados).

Relativamente aos produtos importados nos três primeiros meses de 2013, destacam-se: automóveis de passageiros (US$ 350,8 milhões, participação de 35,6% do total importado), aparelhos transmissores/receptores de telefonia celular (US$ 83,5 milhões, 8,5%), pneumáticos (US$ 39,9 milhões, 4,1%), veículos de carga (US$ 37,5 milhões, 3,8%), máquinas e aparelhos de terraplanagem (US$ 35,6 milhões, 3,6%), máquinas automáticas para processamento de dados (US$ 24,3 milhões, 2,5%), produtos de perfumaria, toucador, cosméticos (US$ 23,7 milhões, 2,4%), aviões (US$ 21,6 milhões, 2,2%), outros aparelhos transmissores/receptores (US$ 18,2 milhões, 1,9%), helicópteros (US$ 18,1 milhões, 1,8%), azeite de oliva, virgem (US$ 17,7 milhões,

1,8%), caminhões-guindastes (US$ 14,7 milhões, 1,5%), óleo de “palmiste” refinado (US$ 10,0 milhões, 1,0%), aparelhos elétricos de comutação para telefonia e telegrafia (US$ 9,0 milhões, 0,9%) e catodos de cobre (US$ 9,0 milhões, 0,9%).

Dos principais produtos importados pelas TCs no período, os aumentos mais expressivos ocorreram nas compras de veículos de carga (+3.831,4%, para US$ 37,5 milhões), outros motores de pistão (+2.531,7%, para US$ 7,2 milhões), aviões (+258,0%, para US$ 21,6 milhões), pneumáticos (+91,2%, para US$ 39,9 milhões), prata em forma bruta (+84,1%, para US$ 5,1 milhões), fio-máquinas e barras de ferro/aço (+78,7%, para US$ 6,0 milhões), fios de fibras têxteis, sintéticas ou artificiais (+71,6%, para US$ 6,0 milhões), motores, geradores e transformadores elétricos (+65,1%, para US$ 5,7 milhões), bombas, compressores, ventiladores (+58,6%, para

US$ 6,4 milhões), aparelhos elétricos de comutação para telefonia e telegrafia (+49,5%, para US$ 9,0 milhões), pastas químicas de madeira (+47,1%, para US$ 6,6 milhões), produtos de perfumaria, toucador, cosméticos (+44,4%, US$ 23,7 milhões), azeite de oliva, virgem (+40,8%, para US$ 17,7 milhões), outros aparelhos transmissores/receptores (+40,7%, para US$ 18,2 milhões), suéteres, pulôveres e artigos semelhantes (+26,9%, para US$ 7,1 milhões) e helicópteros (+12,5%, para US$ 18,1 milhões).

Mercados de origem

A China figurou como principal mercado fornecedor das TCs brasileiras no primeiro trimestre de 2013, somando US$ 236,0 milhões, valor equivalente a 23,9% das compras totais. Na segunda posição está a Argentina (US$ 163,7 milhões, participação de

16,6%), seguida por Estados Unidos (US$ 150,6 milhões, 15,3%), México (US$ 88,0 milhões, 8,9%), Reino Unido (US$ 77,5 milhões, 7,9%), Indonésia (US$ 29,7 milhões, 3,0%), Alemanha (US$ 25,8 milhões, 2,6%), Japão (US$ 25,6 milhões, 2,6%), França (US$ 20,8 milhões, 2,1%), Itália (US$ 20,4 milhões, 2,1%), Bélgica (US$ 18,5 milhões, 1,9%), Portugal (US$ 16,5 milhões, 1,7%), Espanha (US$ 12,3 milhões, 1,3%), Chile (US$ 11,1 milhões, 1,1%), dentre outros.

Unidades da Federação

No âmbito das unidades da Federação, as importações das TCs foram lideradas pelo Espírito Santo, cujas aquisições atingiram US$ 333,2 milhões de janeiro a março de 2013, respondendo por 33,8% do total das compras. Logo a seguir destacam-se os estados: Rio Grande do Sul (US$ 200,8 milhões, participação de 20,4%) e São Paulo (US$ 141,5 milhões, 14,4%). Dentre as demais unidades da Federação, cabe citar ainda: Santa Catarina (US$ 123,9 milhões, 12,6%), Paraná (US$ 48,5 milhões, 4,9%), Pará (US$ 45,8 milhões, 4,6%), Pernambuco (US$ 33,4 milhões, 3,4%), Minas Gerais (US$

32,9 milhões, 3,3%) e Rio de Janeiro (US$ 15,0 milhões, 1,5%).

Portos de desembarque

Como resultado da concentração das importações no que tange às unidades da Federação, observa-se, no período comparativo, um natural adensamento das compras das TCs principalmente nos portos de Vitória (US$ 225,6 milhões, representando 22,9%) e no porto de Rio Grande (US$ 148,4 milhões, 15,1%). O terceiro principal responsável pelas importações das TCs foi o aeroporto de Campinas (US$ 126,0 milhões, participação de 12,8%), acompanhado pelo porto de Itajaí (US$ 100,3 milhões, 10,2%), Uruguaiana (US$ 52,0 milhões, 5,3%), porto de Sepetiba – Rio de Janeiro (US$ 41,3 milhões, 4,2%), porto do Rio de Janeiro (US$ 41,3 milhões, 4,2%), porto de

Paranaguá (US$ 40,9 milhões, 4,2%), aeroporto de Vitória (US$ 34,8 milhões, 3,5%), porto de Suape/Recife (US$ 34,1 milhões, 3,5%), Barcarena (US$ 28,1 milhões, 2,9%), porto de Santos (US$ 27,1 milhões, 2,8%), porto de Pecém (US$ 15,0 milhões, 1,5%), aeroporto de Manaus (US$ 12,4 milhões, 1,3%) e Foz do Iguaçu (US$ 9,7 milhões, 1,0%). Os demais portos, aeroportos e pontos de fronteira representaram 4,9% das importações via TCs no período.

(*) Com informações do MDIC

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