Ubabef e Abipecs se fundem e nasce a ABPA, a meta é aumentar as exportações de carnes

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São Paulo – A União Brasileira de Avicultura (Ubabef) e a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) anunciaram nesta segunda-feira (24), em São Paulo, que deixaram de existir e agora formam a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

A nova instituição vai representar os setores de aves e de suínos e foi formada para aumentar a representatividade destas indústrias, aumentar o número de associados e as exportações. Segundo a ABPA, o relacionamento com os países árabes, principais compradores de carne de frango do Brasil, continua o mesmo.

O presidente executivo da nova instituição será o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, que já era o presidente executivo da Ubabef. A ABPA terá Ricardo Santin, ex-diretor de mercados da Ubabef, como vice-presidente para o grupo aves e Rui Vargas para ocupar a vice-presidência de suínos. Diretor comercial da Aurora Alimentos, Leomar Somensi será o presidente do Conselho Diretivo da ABPA.

Durante a apresentação da nova associação, Turra afirmou que além de aumentar a representatividades das indústrias de aves e de suínos, a ABPA trará sinergias às antigas associações. “A agenda será comum para os dois setores, a mesma pessoa irá para o exterior em ocasiões em que isso puder ser feito. Mas cada vice-presidência vai cuidar dos assuntos específicos de cada carne”, disse Turra.

Santin afirmou que a ABPA surge com as mesmas reivindicações que já eram feitas antes da sua criação, no entanto com mais associados. “Queremos abrir novos mercados, temos a preocupação com a sanidade animal”, disse ele, entre as demandas da ABPA. Ele observou que o conselho da ABPA ainda vai se reunir para definir necessidades e projetos de cada aérea.

Diretor executivo de assuntos corporativos da BRF, Marcos Jank, foi um dos integrantes do grupo de trabalho que criou a ABPA. Ele disse que a união da Ubabef e da Abipecs era discutida havia dois anos. “Este é um setor em que o Brasil tem relevância global e que compartilhava um histórico comum. Não havia porque ter estes setores trabalhando separadamente”, disse.

De acordo com as informações divulgadas na apresentação da ABPA, a nova instituição irá representar um setor que tem um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 80 bilhões e emprega 1,756 milhão de pessoas. A ABPA nasce com 132 associados, a maior parte do setor de aves, e tem a meta de chegar a 150 ainda neste ano. As empresas que fazem parte da instituição detêm 80% da produção e 92% das exportações brasileiras de frango e 82% da produção e 100% das exportações de suínos. As exportações dos dois setores somaram US$ 10 bilhões em 2013 e deverão ter acréscimo de mais US$ 2 bilhões, aproximadamente, até 2020.

As exportações brasileiras de frango chegam a 155 países e a meta da ABPA é chegar a 170 nações até 2020. Entre os suínos, 70 países compram do Brasil e o objetivo é vender para 80 destinos no mesmo prazo. Entre os novos mercados de aves que a ABPA pretende conquistar estão países da África e nações islâmicas do sudeste asiático, como a Malásia e Indonésia. Entre os suínos, alguns dos objetivos são os mercados do México, África do Sul e Coreia do Sul.

O relacionamento com os países islâmicos e árabes do Oriente Médio e do Norte da África não muda, segundo Turra. “Vamos ter a mesma fidelidade que tivemos até hoje, não vamos mudar [o relacionamento] de forma nenhuma”, disse.

Entre os destinos do frango brasileiro, o Oriente Médio é o principal comprador. Em janeiro, o Brasil exportou 299,7 mil toneladas de carne de frango. Desse total, 111 mil foram para os países do Oriente Médio, um volume 4,2% superior ao do mesmo período de 2013. O principal comprador na região foi a Arábia Saudita, seguida por Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Iêmen, Catar e Omã.

Projetos que a Abipecs e a Ubabef desenvolviam em parceria com a Agência Brasileira de Promoção e Exportações de Investimentos (Apex-Brasil) continuam. São os casos dos programas Brazilian Chicken, Brazilian Egg e Brazilian Pork. O Salão Internacional da Avicultura (SIAV) continuará a ser organizado, mas como Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura.

Fonte: ANBA

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