Vendas externas de calçados têm início de ano preocupante com queda em volume exportado e receita

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Novo Hamburgo (RS) – O primeiro mês do ano iniciou com uma queda nos embarques de calçados. Em janeiro, foram exportados 12,55 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 91,5 milhões, quedas de 16,1% em volume e de 7,3% em receita em relação ao mesmo mês de 2019.

O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, destaca que o número é reflexo das instabilidades políticas na América Latina, importante mercado para os exportadores brasileiros. Outro ponto, segundo ele, é o arrefecimento da guerra comercial dos Estados Unidos com a China, o que tem feito com que os importadores norte-americanos, gradualmente, retornem para os fornecedores asiáticos.

“No final do ano passado foi anunciada uma redução na sobretaxa de 15% para 7,5%, além da não entrada em vigor de uma outra lista que passaria a ser sobretaxada”, explica Ferreira, ressaltando que os Estados Unidos são o principal destino do calçado brasileiro no exterior.

Destinos

 Em janeiro, o principal destino do calçado brasileiro foi os Estados Unidos, para onde foram embarcados 1,17 milhão de pares, que geraram US$ 19,33 milhões, queda de 30% em volume e incremento de 4,7% em receita na relação com igual mês do ano passado. O segundo destino de janeiro foi a França, que importou 787,64 mil pares por US$ 6,67 milhões, quedas de 55,7% em volume e de 26,6% em receita no comparativo com o mesmo período de 2019. Com uma base de comparação fraca, a Argentina foi o terceiro destino do calçado brasileiro em janeiro. No período, os argentinos importaram 446 mil pares, pelos quais foram pagos US$ 4,77 milhões, incrementos tanto em volume (36%) quanto em receita (21%) na relação com janeiro do ano passado.

Origens

No mês um, a principal origem do calçado exportado foi o Rio Grande do Sul, de onde partiram 2,55 milhões de pares, que geraram US$ 36,66 milhões, incremento de 7,7% em volume e queda de 3,3% em receita no comparativo com o mesmo período do ano passado. O Ceará foi a segunda origem do mês, com 5,9 milhões de pares exportados, que geraram US$ 32,37 milhões, quedas tanto em volume (-19%) quanto em receita (-13,8%) em relação a 2019. A terceira origem do mês foi São Paulo, que exportou 688,55 mil pares por US$ 7,8 milhões, incrementos de 46,5% em volume e de 9,6% em faturamento na relação com o ano passado.

Importações

O ano de 2020 iniciou com alta nas importações de calçados. No mês, entraram no Brasil 2,8 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 41,25 milhões, incrementos de 0,2% em volume e de 4,3% em receita no comparativo com igual período do ano passado.  As principais origens das importações foram Vietnã (1,4 milhão de pares e US$ 24,2 milhões, altas de 6% e de 10%, respectivamente, ante 2019), Indonésia (419,7 mil pares e US$ 6,73 milhões, quedas de 26,4% e de 20,4%, respectivamente) e China (650 mil pares e US$ 5 milhões, incrementos de 23% e de 69,4%, respectivamente).

Já em partes – cabedal, solas, saltos, palmilhas etc – a importação foi equivalente a US$ 2,25 milhões, queda de 51,5% em relação a 2019. As principais origens foram China, Paraguai e Vietnã.

CLIQUE AQUI para conferir as tabelas detalhadas.

(*) Com informações da Abicalçados

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